terça-feira, 25 de outubro de 2011

Indicação para o vestibular da Urca.Matozinho vai à guerra.


Matozinho vai à Guerra, de José Flávio Vieira
O livro “Matozinho vai à Guerra”, do escritor cratense José Flávio Vieira, narra em mais de 70 textos bem humorados a chegada da modernidade numa cidadezinha do interior do Nordeste. Com prefácio de Batista de Lima, o livro mostra que o povo nordestino é capaz de rir da sua própria desgraça e tecer a colcha de retalhos de sua felicidade com os delicados fios das suas vicissitude.
Semana Santa. E diante de muitas encenações da "paixão", lembro de uma em que o fundador de nossa cidade, Padim Ciço, assume papel fundamental no drama. Para muitos, o Pe. Cícero é o Santo maior de suas devoções e que traz para Juazeiro do Norte milhares de fiéis todos os anos em suas romarias. Nesse espetáculo, o próprio Jesus recorre ao nosso santo padre, no clímax do enredo, para lhe pedir ajuda.
Leia um trecho da obra.
Fonte:oberronet.blogspot.com
O episódio se passou aqui pertinho, em "Matozinho", e quem conta o acontecido é o escritor J. Flávio Vieira em seu livro Matozinho vai à guerra.

Leia esse episódio:

Paixão de Cristo

Há controvérsias em Matozinho, mas parece que se deve à iniciativa de D. Carlina a ideia revolucionária. Enfurnada nas "Filhas de Maria", já entrada nos anos, viúva de um dos maiores paus-d´água da Vila, Carlina transpirava santidade por todos os poros. Um dia já tivera vida menos regrada, desfrutara uma difícil vida fácil, lá pras bandas da "Rua do Cacete no Lombo" em Bertioga, até que fora resgatada da zona por Zé Quequéu que, apaixonado, a tomou por esposa. Tirado o luto, Carlina voltouse à religião, pregava abstinência de todos os vícios e comentava, com ares críticos, os desvios dos matozenses mais libertinos. Como todo puritano, já esquecera que o caminho da virtude muitas vezes vem das veredas da perdição.

É provável, pois, que a ideia tenha vindo da neo-virtuosa Carlina. Reuniu a "Associação Comunitária do Sítio Pau Dentro" e propôs a encenação de uma "Paixão de Cristo" na Semana Santa que se já aproximava. Os argumentos pareciam fortes: o evento divulgaria a Associação e o Sítio e facilitaria a negociação das demandas, junto à prefeitura. Além do mais seria uma oportunidade, frisou Carlina com olhos piedosos, de mostrar a toda a Vila o grande poderio artístico do "Pau Dentro". Aprovada pela maioria dos presentes a proposta, o povo caiu em campo, com fins de encontrar meios e subsídios para bancar a produção. A prefeitura, como sempre — em Matozinho não é diferente — prometeu mundos e fundos, mas cozinhou, cozinhou e na última hora bateu catolé. A comissão arrecadou algumas poucas peças no comércio local e algum dinheiro dos coronéis mais abastados, usado na compra de vinho, sob a alegativa que todo elenco precisava ir avinhado. Quando D. Carlina protestou: "Álcool, na Via Sacra, de jeito nenhum!" Bedeu, o presidente da Associação, lembrou que apenas estavam seguindo a Bíblia, tanto não era pecado que Cristo tinha transformado água em vinho nas Bodas de Caná.

A parte mais conturbada da produção, no entanto, não podia ser outra, senão, a escolha do elenco. Havia candidatos demais para Cristo, São José e Nossa Senhora e de menos para Centurião, soldados romanos, bom e mau ladrão e figurantes. A primeira tentativa de divisão terminou por uma briga de proporções bíblicas envolvendo — pasmem vocês — santos, Pilatos, Cristos, Marias Madalenas, Josés de Arimatéia, Verônicas.Polícia chamada, aberto inquérito na delegacia, o soldado Severo fechou questão: vamos resolver tudo agora, por sorteio, para acabar o cu de boi! A decisão não podia ser mais salomônica. Claro que mesmo Salomão deve ter entendido que toda solução cria outros problemas paralelos, muitas vezes mais sérios que o original pretensamente resolvido. O Cristo vitorioso, "Zabelê", um chapeado de feira, tinha pouco a ver, fisicamente, com o Filho do Homem, era tamborete de samba, gorducho e cambota. "Zabé de Luca", amancebo de um soldado da polícia, recebeu a dificílima missão de encarnar Nossa Senhora. Garibaldo do Carvão recebeu a tarefa de lavar as mãos, como Pilatos. Gigi Marreta, quebrador de pedra, encenaria o Centurião e pelo rolo dos braços, previa-se que Cristo levaria tanta peia no percurso que não necessitaria ser crucificado: morreria antes! Dois Filhos do Santíssimo foram sorteados para bom e mau ladrão, desfigurando, um pouco, a herança do Pai.

Fechada a questão sob força de cassetete e ameaça de xilindró, passou-se à parte de figurino, não menos complicada. Nossa Senhora enfronhou-se num vestido de chita vermelha, pouco condizente com o luto de mãe. Maria Madalena usava um vestido velho de noiva que já fora longo na dona, mas na discípula,muito mais alta, ficou pegando marreca, tipo minissaia. São José cobria-se com uma colcha de Chenile puída, aberta no meio com um buraco grande, por onde o santo enfiou o pescoço e deixou cair o pano. Pilatos envergava um saiote que não era,nada mais nada menos,que uma saia de farda do glorioso Colégio Estadual Godofredo Freixeiras de Matozinho. Complementando a indumentária, uma toalha de rosto encarnada, enrolada, em diagonal, do pescoço ao vazio e, na cabeça, um galho de mufumbo em feitio de louros. O Cristo carregando sua cruz pesadíssima de braúna, vestia-se, apenas com um fraldão mal-engembrado feito com caminho de mesa e amarrado na cintura por um torçal amarelo, arrancado das beiradas de uma cortina. Na cabeça uma coroa de espinhos de macaúba e o corpo todo untado de uma mistura de azeite de coco, k-suco de uva e colorau, em grandes prastadas.

Turma do Litviva.
Na Sexta-Feira Santa, depois de devorar seis tonéis grandes de Vinho São Francisco, o cortejo saiu percorrendo os três quilômetros que separavam o "Pau Dentro" de Matozinho. Uma grande assistência se foi formando com jeito de procissão. Chegando à Vila, o Cristo já vinha estafadíssimo de tanto peso de braúna e tanta lamborada no lombo. As pernas cambotas de Zabelê já pareciam quase um círculo perfeito e ainda tinham mais dois quilômetros para lombar, de subida íngreme, até a Serra do Carneiros, lugar escolhido para Gólgota. Alguns problemas terminaram por acontecer, coisa não de todo incomum em superproduções. O bom e mau ladrões capotaram antes de chegar a Matozinho com os motores encharcados de vinho. São José, piedosíssimo, já na cidade, deu uma topada numa pedra, que arrancou o chamboque do dedão e, perdeu todas as veias da santidade, não resistiu e gritou, para o desespero de Carlina:

— Puta que Pariu!

Ao chegar na cidade, tiveram que trocar o chicote de couro que o centurião carregava, por um cordão de enganador, sob pena do Cristo, simplesmente, não resistir. Na subida da Serra, alguém comentou em voz alta:

— Meu Deus, que sofrimento! O peso da cruz é tanto que as pernas de Cristo já envergaram e parecem até um bodoque!

Chegando ao momento crucial da Paixão, no alto da Serra dos Carneiros, na beirada de um barranco, os soldados deitaram a cruz e amarraram o Cristo. Os pés, pra juntar aqueles arcos, já foi um problema. Ataram-nos com umas cordinhas finas que tinham tirado do armador da casa de Carlina. As mãos, no entanto, tiveram que atar à cruz com umas embiras, por falta de corda. Depois, cavaram o chão e fincaram-na, com o Cristo semimorto, amarrado lá em cima.A turba,embaixo, aguardava junto com todo o cortejo artístico, ao ápice do espetáculo. O momento em que o Filho do Pai gritaria aquelas palavras em grego:

— "Eli, Eli, lemá sabactâni!" Pai, ó Pai, por que me abandonastes?

Aos poucos, o Cristo, encarnado em Zabelê, começou a se contorcer, mais do que se poderia esperar. É que formigas de roça, atraídas pelo açúcar do k-suco, subiram pelas canelas do profeta e começaram a picar mesmo ali por baixo do fraldão divino. Antes de gritar as palavras derradeiras, as contorções aumentaram, num realismo nunca visto, como se se tratasse de uma convulsão. De repente, no bole-bole, as embiras que atavam as mãos do Messias se quebraram. Com os pés amarrados, o povo o viu despencar para o chão, numa queda fenomenal, enquanto, do alto de todo o seu poderio, pedia uma ajuda totalmente inusitada:

— Valei-me, Meu Padim Ciço!

Conhecendo Pepetela.

Um dos maiores nomes da literatura angolana, Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, mais conhecido como Pepetela, nasceu no dia 29 de outubro de 1941 em Angola, na região litorânea de Benguela. Sua família tinha raízes fincadas entre os colonos deste país da África, porém seus pais já eram angolanos de nascimento.

Pepetela realiza seus primeiros estudos, o Primário e parte do Secundário, em sua terra natal, onde permaneceu até 1956. Logo depois partiu para Lubango, pois só aí teve a possibilidade de completar seus estudos, no Liceu Diogo Cão, seguindo posteriormente para Lisboa, com o objetivo de cursar o Instituto Superior Técnico.

Na capital portuguesa ele também integrou a Casa dos Estudantes do Império, principiando desta forma sua trajetória política e literária. Entre outras atividades, ele se torna um dos criadores do Centro de Estudos Angolanos, o qual integra enquanto representante do MPLA.

De olho no vestibular da Urca!!!!


Nós do Litviva estaremos a partir de hoje divulgando muito material para que você continue a sua preparação para o vestibular da Urca.Serão postados resumos, biografias de autores, temas de redação. além de muitas dicas para você se dar bem no vestibular.

Sinopse - Jaime Bunda - Agente Secreto - Pepetela

Jaime Bunda, cujo apelido faz óbvia referência à sua anatomia, é membro da uma família tradicional angolana. Graças a uma rara capacidade de observação dos detalhes, e pela influência do primo, um figurão do governo, consegue o cargo de detetive estagiário sem muitas atribuições e tendo de agüentar a gozação dos colegas investigadores, Bunda, por fim, recebe a oportunidade de provar que é compete, em seu primeiro caso importante: desvendar o estupro e assassinato de uma adolescente. Jaime parte com entusiasmo para a apuração do crime ainda sem suspeitos, e, com seus métodos excêntricos, acaba por se envolver em uma trama complexa que reúne escroques internacionais, altos funcionários do governo e uma mulher misteriosa. "Jaime Bunda, Agente Secreto" é, acima de tudo, uma parábola da organização social de Angola. O autor usa seu olhar crítico para denunciar, com bom humor, o ranço colonial que ainda resiste nas instituições angolanas , e assim apresenta aos leitores brasileiros um retrato pouco conhecido de seu país - mas às vezes tão parecido com o Brasil...

Biografia de Pepetela:
Pepetela
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Artur Pestana chamado Pepetela

Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido pelo pseudónimo de Pepetela, (Benguela, 29 de Outubro de 1941) é um escritor angolano.

A sua obra reflete sobre a história contemporânea de Angola, e os problemas que a sociedade angolana enfrenta. Durante a longa guerra, Pepetela, angolano de ascendência portuguesa, lutou juntamente com MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) para libertação da sua terra natal. O seu romance, Mayombe, retrata as vidas e os pensamentos de um grupo de guerrilheiros durante aquela guerra. Yaka segue a vida de uma família colonial na cidade de Benguela ao longo de um século, e A Geração da Utopia mostra a desilusão existente em Angola depois da independência. A história angolana antes do colonialismo também faz parte das obras de Pepetela, e pode ser lida em A Gloriosa Família e Lueji. A sua obra nos anos 2000 critica a situação angolana, textos que contam com um estilo satírico incluem a série de romances policiais denominada Jaime Bunda. As suas obras recentes também incluem: Predadores, uma crítica áspera das classes dominantes de Angola, O Quase Fim do Mundo, uma alegoria pós-apocalíptica, e O Planalto e a Estepe, que examina as ligações entre Angola e outros países ex-comunistas. Licenciado em Sociologia, Pepetela é docente da Faculdade de Arquitectura da Universidade Agostinho Neto em Luanda.
Pepetela é descendente de uma família colonial portuguesa, os seus pais eram, no entanto, já nascidos em Angola. Pepetela concluiu o ensino primário em sua cidade natal e depois partiu para o Lubango, onde foi possível prosseguir com os estudos. Foi no Liceu Diogo Cão que Pepetela completou o ensino secundário. O escritor cresceu num ambiente da classe média, mas frequentou uma escola primária com crianças de várias raças e classes. Ele diz que a cidade de Benguela lhe deu mais oportunidades para conhecer angolanos de todas as raças porque era a cidade angolana mais multiracial daquela época. Durante a sua adolescência, um tio seu que era jornalista, introduziu-lhe a uma variedade de pensadores da esquerda. Durante os seus anos do liceu em Lubango, Pepetela também foi influenciado por um padre esquerdista chamado Noronha, que lhe informou sobre a revolução e outros eventos contemporâneos.[1]

Lisboa, em 1958, foi o destino académico que se seguiu, no Instituto Superior Técnico que o autor frequentou até 1960 quando ingressa no curso de engenharia. Uma vez mais a mudança, desta vez para frequentar o curso de Letras apenas durante um ano, pois, ainda em 1961, Pepetela faz a opção política que viria a mudar o rumo da sua vida e a marcar toda a sua obra, tornando-o um narrador de uma história de Angola que conhece, porque a viveu. Pepetela tornou-se militante do MPLA em 1963.
[editar] Experiência na guerra e primeiras obras

Quando Pepetela se tornou militante, fugiu de Portugal para Paris, e posteriormente, se estabeleceu em Argel. Foi ali que ele conheceu Henrique Abranches, com quem trabalhou no Centro de Estudos Angolanos. Este Centro virou o ponto focal do trabalho do jovem Pepetela ao longo da próxima década. Pepetela, Abranches, e outros trabalharam na documentação da cultura e sociedade angolanas, e na propaganda das mensagens do MPLA ao exterior. Durante a sua época em Argel, Pepetela escreveu o seu primeiro romance, Muana Puó, uma obra que examinou a situação angolana através da metáfora das máscaras dos Tchokwe, uma etnia de Angola. Pepetela não pretendia publicar o romance, mas acabou por fazê-lo em 1978, durante o seu serviço no governo angolano. Em 1969, o Centro de Estudos Angolanos mudou de Argel para Brazzaville, na República do Congo. Depois desta mudança Pepetela começou a participar na luta armada contra os portugueses. A experiência na luta serviu como a inspiração para uma das suas obras mais reconhecidas, uma narrativa da guerra intitulada, Mayombe.

O primeiro romance do Pepetela foi publicado em 1972, com o título As Aventuras de Ngunga. Foi uma obra literária que ele escreveu para um público pequeno de universitários. Na obra, Pepetela analisa o crescimento revolucionário de Ngunga, um jovem guerrilheiro do MPLA, usando um tom épico e didático. O romance introduz o leitor aos costumes, à geografia e à psicologia de Angola. Pepetela cria um diálogo entre a tradição angolana e ideologia revolucionária, debatendo quais tradições devem ser alimentadas, e quais devem ser alteradas. As Aventuras… é um romance que exemplifica a carreira iniciante de Pepetela, manifestando um amor profundo por Angola, um desejo de examinar a história e a cultura do país, um espírito revolucionário, e um tom didático. O romance também é interessante porque foi escrito e publicado enquanto o autor lutou contra os portugueses na Frente Leste. Embora Pepetela escrevesse Muana Puó e Mayombe durante o seu serviço de guerrilheiro, só depois da independência foram publicados.

Com a independência da Angola em 1975, Pepetela se tornou o Vice Ministro da Educação no governo do presidente Agostinho Neto. O autor exerceu o mandato por sete anos e se aposentou em 1982 para se dedicar a sua escrita.[5] Durante esta época, Pepetela teve o apoio do presidente Neto para publicar dois de seus romances, incluindo Mayombe.[6] A sua escrita se diversificou com a publicação de duas peças de teatro que tratavam da história angolana e das políticas revolucionárias. Nos anos 70, Pepetela foi membro da diretoria da União dos Escritores Angolanos.

As peças de Pepetela refletem os temas presentes nAs Aventuras de Ngunga. A primeira, A Corda foi a primeira peça de longa duração publicada em Angola pós-independência. É uma peça que a crítica Ana Mafalda Leite descreve como didática, ideológica, e de pouco interesse literário.[7] A peça tem um ato, e apresenta dois grupos de pessoas jogando tug of war com Angola como o prêmio. Um grupo representa os americanos e os seus clientes angolanos, e o outro representa os guerrilheiros do MPLA. A outra peça, A Revolta na Casa dos Ídolos, explora o passado de Angola, criando um paralelo entre o reino dos Kongos nos 1500, e a luta pela independência de Angola.
[editar] Obras publicadas nos anos 80 e a saída do governo

Como já mencionado, Pepetela publicou vários romances durante o seu serviço no governo de Agostinho Neto. Destes romances, Mayombe é o mais conhecido. O romance retrata a vida guerrilheira do autor nos anos 70, e funciona em dois níveis; um em que se exploram os pensamentos e as dúvidas dos personagens, e um outro que se ilustram as ações dos guerrilheiros. Ana Mafalda Leite considera o romance uma obra simultâneamente crítica e heroica, ambos tentando destacar a diversidade étnica supostamente celebrada pelo MPLA e ilustrar as divisões tribais presentes na sociedade angolana que eventualmente levariam à guerra civil. Leite também escreve que o romance exibe um conflito que define a fundação da pátria.[8]

Depois da sua saída do governo ao fim de 1982, Pepetela dedicou-se exclusivamente à escrita, começando a sua obra mais ambiciosa, Yaka. Yaka, publicada em 1984, é um romance histórico que examina as vidas de uma família de colonistas portuguesas que vieram a Benguela no século XIX. Um desejo para pesquisar as suas origens pode ser visto na escolha da temática do Pepetela, que é descendente de portugueses de Benguela. Como Muana Puó, Yaka incorpora objetos espirituais tradicionais de Angola na sua narrativa. Onde o primeiro romance enfoca nas máscaras, Yaka emprega a metáfora de uma escultura de madeira utilizada pelos yakas, organizações sociais dedicadas à prosecução da guerra. Ana Mafalda Leite escreve que a Yaka simboliza a consciência de valores tradicionais e o espírito da nacionalidade. Em 1986, o livro ganhou o prêmio nacional de literatura.

Ele continuou escrevendo ao longo da década, publicando em 1985 O Cão e os Caluandas, um romance que analisa os habitantes de Luanda e as mudanças que eles viveram desde a independência. O romance é notável pelo seu uso de os vagamentos por Luanda de um pastor-alemão para estrutrar a sua narrativa, e o seu emprego de várias vozes narrativas.[10] Em 1989, publicou Lueji, uma obra que contem paralelos com A Revolta na Casa dos Ídolos, ambas as obras comparando a história angolana e a situação contemporânea. O romance justapõe a princesa Lueji, uma figura importante na história angolana, com uma bailarina que dança o papel de Lueji num balé contemporâneo. As vidas das duas mulheres eventualmente se encaixam.[11] No romance, Pepetela recria a história de Angola no século XVIII, um projeto que ele fazia de novo com o século XVII no seu romance de 1997, A Gloriosa Família.


Obras:

Romances

1973 - As Aventuras de Ngunga
1978 - Muana Puó
1980 - Mayombe
1985 - O Cão e os Caluandas
1985 - Yaka
1989 - Lueji
1992 - Geração da Utopia
1995 - O Desejo de Kianda
1997 - Parábola do Cágado Velho
1997 - A Gloriosa Família
2000 - A Montanha da Água Lilás
2001 - Jaime Bunda, Agente Secreto
2003 - Jaime Bunda e a Morte do Americano
2005 - Predadores
2007 - O Terrorista de Berkeley, Califórnia
2008 - O Quase Fim do Mundo
2008 - Contos de Morte
2009 - O Planalto e a Estepe

Peças

1978 - A Corda
1980 - A Revolta da Casa dos Ídolos

Bons Estudos!!!!
Turma do Litviva.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Questão Desafio para o 9º ano.

Leia os textos abaixo.

CELULAR NA ESCOLA

Permitir ou não o uso desses aparelhos nas dependências do colégio é uma discussão bastante atual. Conheça algumas opiniões

Quando os primeiros celulares chegaram ao mercado brasileiro, na década de 90, eles eram sonho de consumo para muita gente. Quase vinte anos depois, estão tão popularizados que até crianças vivem a carregar modelos ultramodernos, inclusive na escola, onde esses aparelhos já fazem parte do cotidiano dos alunos. “O celular se justifica pela necessidade dos pais monitorarem seus filhos, mas chegou-se a um exagero de uso”, opina Daniel Lobato Brito, diretor administrativo do Colégio Pio XII, em São Paulo.

Revista Ensino fundamental, ano 4, nº 46, dezembro 2007, seção Comportamento, p.6,.


FÓRUM DA COMUNIDADE “PODE CELULAR NA SALA-DE-AULA?”

Ravi

Celular na sala de aula atrapalha muito, até porque não é simplesmente o toque do celular, mas tem gente que ATENDE o celular se escondendo do professor (ou tentando...) e fica falando, ou então, quando o dono do celular não fala nada, a turma, ou alguns colegas de classe ficam soltando piadas, enchendo o saco, zoando, etc... atrapalhando a galera e a concentração do professor que pode perder o raciocínio ou ainda expulsar os alunos de sala. E concluindo: o celular, em sala de aula, deve ser banido, e tratado com severidade os que descumprirem as regras.
http://www.orkut.com (adaptado)

Com relação aos dois textos podemos afirmar que

1. tratam do mesmo assunto
2 utilizam a mesma linguagem
3. destinam-se ao mesmo público.
4. circulam no mesmo lugar


O alho bento

Mané Frajola não tinha um centavo. Jurou que ia dar jeito na vida. E deu. Catou uma réstia de alho e saiu pro mundo, apregoando:
– Alho bento! Olha o alho bento!
Parou uma velha.
– Alho bento? Serve prá que?
– Isso aqui tira quebranto, olho gordo, azá de 7 anos. É só mordê, comê metade e passá a outra metade em cima do coração!
A velha levou um dentinho, a peso de ouro. Depois veio um velho. Repetiu a pergunta, ouviu a mesma resposta. Levou! De crédulo em crédulo, Mané Frajola vendeu a réstia toda, até o final da manhã. Estava com os cobres. Mas aí veio o Conde Drácula, chegado da Transilvânia e não gostou da história. Aquela cidade toda cheirava a alho. Resultado: Mané Frajola foi contratado como copeiro do Conde para ganhar dinheiro e parar de vender alho bento. Milagre só acontece quando a prosa do contador de causo padece!
http://eptv.globo.com/caipira/

O modo como falam indica que os personagens dessa história são pessoas que


1. vivem no campo
2. falam gírias de jovens
3. falam trocando letras
4. vivem em outro país

Luciane.

De olho no Spaece - 9º ano.



A Prova Brasil e o Spaece estão chegando.Aproveitamos o nosso espaço para colocarmos alguns itens para que você tente resolver.Leia atentamente cada texto e depois tente resolver as questões.

Conto de todas as cores

Eu já escrevi um conto azul, vários até. Mas este é um conto de todas as cores. Porque era uma vez um menino azul, uma menina verde, um negrinho dourado e um cachorro com todos os tons e entretons do arco-íris.
Até que apareceu uma Comissão de Doutores – os quais, por mais que esfregassem os nossos quatro amigos, viram que não adiantava. E perguntaram se aquilo era de nascença ou se...
— Mas nós não nascemos – interrompeu o cachorro. – Nós fomos inventados!

QUINTANA, Mário. A vaca e o hipogrifo. 3 ed. Porto Alegre, L&P, 1979.

Nesse texto, o narrador é um

1. cachorro
2. escritor
3. doutor
4. menino


Leia o texto abaixo.

Um Remédio Chamado Carinho

figura46.jpg

Você sabia que a desnutrição, às vezes, não é causada apenas pela má alimentação? Falta de carinho também pode dificultar o desenvolvimento de uma criança.
Hoje, 1% a 5% das crianças brasileiras sofrem de desnutrição.
Para tentar amenizar o problema, um hospital de São Paulo, o Pérola Byington, está ensinando as mães de crianças com desnutrição a cantar para seus filhos e até brincar de roda. O “tratamento” está dando certo, ou seja, algumas doses extras de carinho não fazem mal a ninguém.
Um remédio chamado carinho. ZÁ, Coral Ed. n. 30, 1999

Esse texto foi escrito para

1. informar sobre a importância do carinho.
2. ensinar brincadeiras para pessoas com desnutrição.
3. criticar o carinho exagerado entre pais e fi lhos.
4. homenagear os pais de crianças desnutridas.










O piolho viajante


Antônio Manuel Policarpo da Silva

Eu nasci lá para a Ásia. Nasci fora de tempo. Minha mãe esteve em perigo de vida, mas, mesmo assim, nasci, ainda que piolho, bastante grande e largo, tanto que muitas vezes me confundiam com um percevejo. Saí todo à minha mãe, principalmente nos olhos. A minha cor é cinzento-escura.
A primeira cabeça onde pus o pé e o dente foi a de um teimoso, mas um homem bom, ele tinha a maior vaidade em dizer que tinha piolhos.
Passados dias, o teimoso decidiu tentar criar cabelo, para isso untava a cabeça com banha. Não é que deu certo o remédio? Porém originou a desgraça de eu ter de passar a outra cabeça.
Acontece que o teimoso vivia com uma teimosa e foi na cabeça dela que eu fui parar. A mulher, porém, resolveu que precisava ir ao cabeleireiro. Quando acordei me vi preso no pente e me pus na cabeça do amigo cabeleireiro. Também não passei mal na cabeça do amigo cabeleireiro. A cabeça parecia uma moita. Era
verdadeiramente um mato bravo, cheio de muita bicharia. Aos domingos, ele saía para dançar. Estando numa contradança, esbarrou com uma senhora e deram tão grande cabeçada que caí para a cabeça da Dama. Eu fiz minhas tentativas de saltar ao chão, para voltar à antiga cabeça, mas como estava tudo em desordem, receei ser pisado e fui parar na cabeça da nova senhora (...).

Revista CHC das crianças, Ano 2, p.12, mai. 2008. Adaptado. (P050139A9_SUP)

O narrador desse texto é

1. uma criança.
2. uma mãe
3. um percevejo
4. um piolho




O Feitiço do sapo

Eva Furnari

Todo lugar sempre tem um doido. Piririca da Serra tem Zóio. Ele é um sujeito cheio de idéias, fica horas falando e anda pra cima e pra baixo, numa bicicleta pra lá de doida, que só falta voar. O povo da cidade conta mais de mil casos de Zóio, e acha que tudo acontece, coitado, por causa da sua sincera mania de fazer “boas ações”. Outro dia, Zóio estava passando em frente à casa de Carmela, quando a ouviu cantar uma bela e triste canção. Zóio parou e pensou: que pena, uma moça tão bonita, de voz tão doce, ficar assim triste e sem apetite de tanto esperar um príncipe encantado. Isto não era justo. Achou que poderia ajudar Carmela a realizar seu sonho e tinha certeza de que justamente ele era a pessoa certa para isso. Zóio se pôs a imaginar como iria achar um príncipe para Carmela. Pensou muito para encontrar uma solução e finalmente teve uma grande idéia de jerico: foi até a beira do rio, pegou um sapo verde e colocou-o numa caixa bem na porta da casa dela.
FURNARI, Eva. O feitiço do sapo. São Paulo: Editora Ática, 2006, p. 4 e 5. Fragmento.
Colocar um sapo na porta da casa de Carmela foi uma idéia de jerico, porque essa idéia é

1. absurda.
2. secreta.
3. perigosa
4. maldosa

Luciane.

Indicações de Livros!!!!


Resumo do livro:

A Droga da Obediência é o primeiro livro da série de personagens os Karas. Eles são um incrível grupo de adolescentes que proporcionam toda a aventura desse ótimo livro criado pelo prestigiado Pedro Bandeira." O grupo, criado como uma brincadeira por Miguel - agora com seu mais novo integrante, Chumbinho - acaba se envolvendo em um perigoso enredo com a droga da obediência, uma droga maléfica que faz com que qualquer um que a experimente seja " fiel como um cãozinho". Lute junto com Miguel, o "capitão do time"; Calú, o grande ator dos Karas; Crânio, o cérebro do grupo; Chumbinho, o mais recente dos Karas (que entrou no grupo forçadamente depois de ter descoberto o esconderijo); todos os incríveis códigos secretos dos Karas; Magrí, uma ginasta e única menina do grupo, contra o misterioso doutor Q.I. e sua poderosa droga. O mundo depende dos Karas. Esse livro é recomendado para quem não gosta de monotonia e sim de suspense misturado com

Luciane.

Resumo do livro :Os Lusíadas


O poema se organiza tradicionalmente em cinco partes:

O poema se organiza tradicionalmente em cinco partes:

1. Proposição (Canto I, Estrofes 1 a 3)
Apresentação da matéria a ser cantada: os feitos dos navegadores portugueses, em especial os da esquadra de Vasco da Gama e a história do povo português.
2. Invocação (Canto I, Estrofes 4 e 5)
O poeta invoca o auxílio das musas do rio Tejo, as Tágides, que irão inspirá-lo na composição da obra.
3. Dedicatória (Canto I, Estrofes 6 a 18)
O poema é dedicado ao rei Dom Sebastião, visto como a esperança de propagação da fé católica e continuação das grandes conquistas portuguesas por todo o mundo.
4. Narração (Canto I, Estrofe 19 a Canto X, Estrofe 144)
A matéria do poema em si. A viagem de Vasco da Gama e as glórias da história heróica portuguesa.
5. Epílogo (Canto X, Estrofes 145 a 156)
Grande lamento do poeta, que reclama o fato de sua “voz rouca” não ser ouvida com mais atenção.

CAMÕES E O CLASSICISMO PORTUGUÊS

O renascimento literário atingiu seu ápice, em Portugal, durante o período conhecido como Classicismo, entre 1527 e 1580. O marco de seu início é o retorno a Portugal do poeta Sá de Miranda, que passara anos estudando na Itália, de onde traz as inovações dos poetas do Renascimento italiano, como o verso decassílabo e as posturas amorosas do Doce stil nouvo.

Mas foi Luís de Camões, cuja vida se estende exatamente durante este período, quem aperfeiçoou, na Língua Portuguesa, as novas técnicas poéticas, criando poemas líricos que rivalizam em perfeição formal com os de Petrarca e um poema épico, Os Lusíadas, que, à imitação de Homero e Virgílio, traduz em verso toda a história do povo português e suas grandes conquistas, tomando, como motivo central, a descoberta do caminho marítimo para as Índias por Vasco da Gama em 1497/99.

Para cantar a história do povo português, em Os Lusíadas, Camões foi buscar na antigüidade clássica a forma adequada: o poema épico, gênero poético narrativo e grandiloqüente, desenvolvido pelos poetas da antigüidade para cantar a história de todo um povo.

A Ilíada e a Odisséia, atribuídas a Homero (Século VIII a. C), através da narração de episódios da Guerra de Tróia, contam as lendas e a história heróica do povo grego. Já a Eneida, de Virgílio (71 a 19 a.C.), através das aventuras do herói Enéas, apresenta a história da fundação de Roma e as origens do povo romano.

Ao compor o maior monumento poético da Língua Portuguesa, Os Lusíadas, publicado em 1572, Camões copia a estrutura narrativa da Odisséia de Homero, assim como versos da Eneida de Virgílio. Utiliza a estrofação em Oitava Rima, inventada pelo italiano Ariosto, que consiste em estrofes de oito versos, rimadas sempre da mesma forma: abababcc. A epopéia se compõe de 1102 dessas estrofes, ou 8816 versos, todos decassílabos, divididos em 10 cantos.

Episódio de Inês de Castro
(Canto III, estrofes 118 a 135)

Passada esta tão próspera vitória,
Tornado Afonso à Lusitana Terra,
A se lograr da paz com tanta glória
Quanta soube ganhar na dura guerra,
O caso triste e dino da memória,
Que do sepulcro os homens desenterra,
Aconteceu da mísera e mesquinha
Que despois de ser morta foi Rainha.

O rei Afonso voltou a Portugal, depois da vitória contra os mouros, esperando obter tanta glória na paz quanto obtivera na guerra. Então aconteceu o triste e memorável caso da desventurada que foi rainha depois de ser morta, assassinada.

Tu, só tu, puro Amor, com força crua,
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano.

O Amor, somente ele, foi quem causou a morte de Inês, como se ela fosse uma inimiga. Dizem que o Amor feroz, cruel, não se satisfaz com as lágrimas, com a tristeza, mas exige, como um deus severo e despótico, banhar seus altares (“aras”) em sangue humano: requer sacrifícios humanos.

A palavra "pérfido", na obra, geralmente se refere aos Mouros inimigos. Nesse verso, parece indicar que Inês foi morta com a mesma crueldade que se usava contra eles.

Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a Fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuito,
Aos montes insinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.

Inês estava em Coimbra, sossegada, usufruindo (“colhendo doce fruito”) da felicidade ilusória (“engano da alma, ledo e cego”) e breve (“Que a Fortuna não deixa durar muito”) da juventude. Nos campos, com os belos olhos úmidos de lágrimas de amor, repetia o nome do seu amado aos montes (para cima, para o alto) e às ervas (para baixo, para o chão).

As formas "fruito" e "enxuito" são variantes de “fruto” e “enxuto”. Durante muito tempo, enquanto a Língua Portuguesa se solidificava, essas variantes foram utilizadas simultaneamente. A Língua Portuguesa acabou por definir "fruto" e "enxuto" como a forma culta.

Na época de Camões, palavras como despois, fruito, enxuito e escuito eram as mais usadas. Ele, então, prefere estas formas para se adequar à estrutura poética de Os Lusíadas - a oitava rima -, formada por versos decassílabos (heróicos ou sáficos), e respeitar o sistema rítmico dos versos - abababcc. Portanto, fruito (verso 2) e enxuito (verso 6) são as rimas cabíveis a muito (verso 4). Estas formas arcaicas ainda são utilizadas em muitas regiões.

Do teu Príncipe ali te respondiam
As lembranças que na alma lhe moravam,
Que sempre ante seus olhos te traziam,
Quando dos teus fermosos se apartavam;
De noite, em doces sonhos que mentiam,
De dia, em pensamentos que voavam;
E quanto, enfim, cuidava e quanto via
Eram tudo memórias de alegria.

As lembranças do Príncipe respondiam-lhe, em pensamentos e em sonhos, quando ele estava longe. Isto é, a memória do amado fazia com que Inês conversasse com ele, quando este estava ausente. Ambos não se esqueciam um do outro e se “comunicavam” através da memória, em forma de pensamentos e sonhos. Assim, tudo quanto faziam ou viam os fazia felizes, porque lembravam dos respectivos amados.

Esta estrofe é bastante ambígua. As lembranças do Príncipe vinham à mente de Inês como resposta aos seus cuidados amorosos; por outro lado, as mesmas lembranças, agora de Inês, existiam (moravam) na alma do príncipe quando estava longe da amada. Os sonhos e os pensamentos dos versos 5 e 6, dois modos de lembranças, pertencem indistintamente ao amado e à amada. E o sujeito de cuidava e via, no verso 7, tanto pode ser ela quanto o Príncipe.

De outras belas senhoras e Princesas
Os desejados tálamos enjeita,
Que tudo, enfim, tu, puro amor, desprezas,
Quando um gesto suave te sujeita.
Vendo estas namoradas estranhezas,
O velho pai sesudo, que respeita
O murmurar do povo e a fantasia
Do filho, que casar-se não queria,

O Príncipe se recusa a casar com outras mulheres (tálamo: casamento, leito conjugal) porque o amor despreza, rejeita tudo que não seja o rosto do amado (gesto significa rosto, semblante) a quem está sujeito. Ao ver este estranho amor, este comportamento estranho de não querer se casar, o pai sisudo (sério, grave) atende ao murmurar do povo e…

Tirar Inês ao mundo determina,
Por lhe tirar o filho que tem preso,
Crendo c’o sangue só da morte ladina
Matar do firme amor o fogo aceso.
Que furor consentiu que a espada fina,
Que pôde sustentar o grande peso
Do furor Mauro, fosse alevantada
Contra hûa fraca dama delicada?

… decide matar Inês, para que o filho seja libertado do seu amor. O pai acredita que só o sangue da morte apagará o fogo do amor. Que fúria foi essa que fez com que a espada cortante que afrontara o poder dos Mouros fosse levantada contra uma frágil e indefesa mulher?

Traziam-na os horríficos algozes
Ante o Rei, já movido a piedade;
Mas o povo, com falsas e ferozes
Razões, à morte crua o persuade.
Ela, com tristes e piedosas vozes,
Saídas só da mágoa e saudade
Do seu Príncipe e filhos, que deixava,
Que mais que a própria morte a magoava,

1. Proposição (Canto I, Estrofes 1 a 3)
Apresentação da matéria a ser cantada: os feitos dos navegadores portugueses, em especial os da esquadra de Vasco da Gama e a história do povo português.
2. Invocação (Canto I, Estrofes 4 e 5)
O poeta invoca o auxílio das musas do rio Tejo, as Tágides, que irão inspirá-lo na composição da obra.
3. Dedicatória (Canto I, Estrofes 6 a 18)
O poema é dedicado ao rei Dom Sebastião, visto como a esperança de propagação da fé católica e continuação das grandes conquistas portuguesas por todo o mundo.
4. Narração (Canto I, Estrofe 19 a Canto X, Estrofe 144)
A matéria do poema em si. A viagem de Vasco da Gama e as glórias da história heróica portuguesa.
5. Epílogo (Canto X, Estrofes 145 a 156)
Grande lamento do poeta, que reclama o fato de sua “voz rouca” não ser ouvida com mais atenção.

CAMÕES E O CLASSICISMO PORTUGUÊS

O renascimento literário atingiu seu ápice, em Portugal, durante o período conhecido como Classicismo, entre 1527 e 1580. O marco de seu início é o retorno a Portugal do poeta Sá de Miranda, que passara anos estudando na Itália, de onde traz as inovações dos poetas do Renascimento italiano, como o verso decassílabo e as posturas amorosas do Doce stil nouvo.

Mas foi Luís de Camões, cuja vida se estende exatamente durante este período, quem aperfeiçoou, na Língua Portuguesa, as novas técnicas poéticas, criando poemas líricos que rivalizam em perfeição formal com os de Petrarca e um poema épico, Os Lusíadas, que, à imitação de Homero e Virgílio, traduz em verso toda a história do povo português e suas grandes conquistas, tomando, como motivo central, a descoberta do caminho marítimo para as Índias por Vasco da Gama em 1497/99.

Para cantar a história do povo português, em Os Lusíadas, Camões foi buscar na antigüidade clássica a forma adequada: o poema épico, gênero poético narrativo e grandiloqüente, desenvolvido pelos poetas da antigüidade para cantar a história de todo um povo.

A Ilíada e a Odisséia, atribuídas a Homero (Século VIII a. C), através da narração de episódios da Guerra de Tróia, contam as lendas e a história heróica do povo grego. Já a Eneida, de Virgílio (71 a 19 a.C.), através das aventuras do herói Enéas, apresenta a história da fundação de Roma e as origens do povo romano.

Ao compor o maior monumento poético da Língua Portuguesa, Os Lusíadas, publicado em 1572, Camões copia a estrutura narrativa da Odisséia de Homero, assim como versos da Eneida de Virgílio. Utiliza a estrofação em Oitava Rima, inventada pelo italiano Ariosto, que consiste em estrofes de oito versos, rimadas sempre da mesma forma: abababcc. A epopéia se compõe de 1102 dessas estrofes, ou 8816 versos, todos decassílabos, divididos em 10 cantos.

Episódio de Inês de Castro
(Canto III, estrofes 118 a 135)

Passada esta tão próspera vitória,
Tornado Afonso à Lusitana Terra,
A se lograr da paz com tanta glória
Quanta soube ganhar na dura guerra,
O caso triste e dino da memória,
Que do sepulcro os homens desenterra,
Aconteceu da mísera e mesquinha
Que despois de ser morta foi Rainha.

O rei Afonso voltou a Portugal, depois da vitória contra os mouros, esperando obter tanta glória na paz quanto obtivera na guerra. Então aconteceu o triste e memorável caso da desventurada que foi rainha depois de ser morta, assassinada.

Tu, só tu, puro Amor, com força crua,
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano.

O Amor, somente ele, foi quem causou a morte de Inês, como se ela fosse uma inimiga. Dizem que o Amor feroz, cruel, não se satisfaz com as lágrimas, com a tristeza, mas exige, como um deus severo e despótico, banhar seus altares (“aras”) em sangue humano: requer sacrifícios humanos.

A palavra "pérfido", na obra, geralmente se refere aos Mouros inimigos. Nesse verso, parece indicar que Inês foi morta com a mesma crueldade que se usava contra eles.

Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a Fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuito,
Aos montes insinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.

Inês estava em Coimbra, sossegada, usufruindo (“colhendo doce fruito”) da felicidade ilusória (“engano da alma, ledo e cego”) e breve (“Que a Fortuna não deixa durar muito”) da juventude. Nos campos, com os belos olhos úmidos de lágrimas de amor, repetia o nome do seu amado aos montes (para cima, para o alto) e às ervas (para baixo, para o chão).

As formas "fruito" e "enxuito" são variantes de “fruto” e “enxuto”. Durante muito tempo, enquanto a Língua Portuguesa se solidificava, essas variantes foram utilizadas simultaneamente. A Língua Portuguesa acabou por definir "fruto" e "enxuto" como a forma culta.

Na época de Camões, palavras como despois, fruito, enxuito e escuito eram as mais usadas. Ele, então, prefere estas formas para se adequar à estrutura poética de Os Lusíadas - a oitava rima -, formada por versos decassílabos (heróicos ou sáficos), e respeitar o sistema rítmico dos versos - abababcc. Portanto, fruito (verso 2) e enxuito (verso 6) são as rimas cabíveis a muito (verso 4). Estas formas arcaicas ainda são utilizadas em muitas regiões.

Do teu Príncipe ali te respondiam
As lembranças que na alma lhe moravam,
Que sempre ante seus olhos te traziam,
Quando dos teus fermosos se apartavam;
De noite, em doces sonhos que mentiam,
De dia, em pensamentos que voavam;
E quanto, enfim, cuidava e quanto via
Eram tudo memórias de alegria.

As lembranças do Príncipe respondiam-lhe, em pensamentos e em sonhos, quando ele estava longe. Isto é, a memória do amado fazia com que Inês conversasse com ele, quando este estava ausente. Ambos não se esqueciam um do outro e se “comunicavam” através da memória, em forma de pensamentos e sonhos. Assim, tudo quanto faziam ou viam os fazia felizes, porque lembravam dos respectivos amados.

Esta estrofe é bastante ambígua. As lembranças do Príncipe vinham à mente de Inês como resposta aos seus cuidados amorosos; por outro lado, as mesmas lembranças, agora de Inês, existiam (moravam) na alma do príncipe quando estava longe da amada. Os sonhos e os pensamentos dos versos 5 e 6, dois modos de lembranças, pertencem indistintamente ao amado e à amada. E o sujeito de cuidava e via, no verso 7, tanto pode ser ela quanto o Príncipe.

De outras belas senhoras e Princesas
Os desejados tálamos enjeita,
Que tudo, enfim, tu, puro amor, desprezas,
Quando um gesto suave te sujeita.
Vendo estas namoradas estranhezas,
O velho pai sesudo, que respeita
O murmurar do povo e a fantasia
Do filho, que casar-se não queria,

O Príncipe se recusa a casar com outras mulheres (tálamo: casamento, leito conjugal) porque o amor despreza, rejeita tudo que não seja o rosto do amado (gesto significa rosto, semblante) a quem está sujeito. Ao ver este estranho amor, este comportamento estranho de não querer se casar, o pai sisudo (sério, grave) atende ao murmurar do povo e…

Tirar Inês ao mundo determina,
Por lhe tirar o filho que tem preso,
Crendo c’o sangue só da morte ladina
Matar do firme amor o fogo aceso.
Que furor consentiu que a espada fina,
Que pôde sustentar o grande peso
Do furor Mauro, fosse alevantada
Contra hûa fraca dama delicada?

… decide matar Inês, para que o filho seja libertado do seu amor. O pai acredita que só o sangue da morte apagará o fogo do amor. Que fúria foi essa que fez com que a espada cortante que afrontara o poder dos Mouros fosse levantada contra uma frágil e indefesa mulher?

Traziam-na os horríficos algozes
Ante o Rei, já movido a piedade;
Mas o povo, com falsas e ferozes
Razões, à morte crua o persuade.
Ela, com tristes e piedosas vozes,
Saídas só da mágoa e saudade
Do seu Príncipe e filhos, que deixava,
Que mais que a própria morte a magoava,


Luciane

Preparação Intensiva Spaece

Preparação Intensiva:Spaece -2011
Localizar informações em um texto (Descritor 1)
Seja Criativo: Fuja das Desculpas Manjadas
 
Entrevista com teens, pais e psicólogos mostram que os adolescentes 
dizem sempre a mesma coisa quando voltam tarde de uma festa. 
Conheça seis desculpas entre as mais usadas. Uma sugestão: evite-as. 
Os pais não acreditam.

– Nós tivemos que ajudar uma senhora que estava passando muito
mal. Até o socorro chegar... A gente não podia deixar a pobre 
velhinha sozinha, não é?
– O pai do amigo que ia me trazer bateu o carro. Mas não se pre-
ocupem, ninguém se machucou!
10 
– Cheguei um minuto depois do ônibus ter partido. Aí tive de ficar horas esperando uma carona...
– Você acredita que o meu relógio parou e eu nem percebi?
– Mas vocês disseram que hoje eu podia chegar tarde, não se 
lembram?
15
– Eu tentei avisar que ia me atrasar, mas o telefone daqui só dava
ocupado!
 
1. De acordo com o texto, os pais não acreditam em
(A) adolescentes.
(B) psicólogos.
(C) pesquisas.
(D) desculpas.
Descobrir sentido da expressão (Descritor 3)
O Sapo
Era uma vez um lindo príncipe por quem todas as moças se apaixonavam. Por ele também se apaixonou a bruxa horrenda que o pediu em casamento. O príncipe nem ligou e a bruxa ficou muito brava. “Se não vai casar comigo não vai se casar com ninguém mais!” Olhou fundo nos olhos dele e disse: “Você vai virar um sapo!” Ao ouvir esta palavra o príncipe sentiu estremeção. Teve medo. Acreditou. E ele virou aquilo que a palavra feitiço tinha dito. Sapo. Virou um sapo. 

ALVES, Rubem. A Alegria de Ensinar. Ars Poética, 1994.

1. No trecho “O príncipe NEM LIGOU e a bruxa ficou muito brava”, a expressão destacada significa que
(A) não deu atenção ao pedido de casamento.
(B) não entendeu o pedido de casamento.
(C) não respondeu à bruxa.
(D) não acreditou na bruxa.
Descobrir uma informação no texto (Descritor 4)
O Drama das Paixões Platônicas na Adolescência
 
 
Bruno foi aprovado por três dos sentidos de Camila: visão, olfato e 
audição. Por isso, ela precisa conquistá-lo de qualquer maneira. 
Matriculada na 8ª série, a garota está determinada a ganhar o gato 
do 3º ano do Ensino Médio e, para isso, conta com os conselhos 
5  
de Tati, uma especialista na arte da azaração. A tarefa não é simples, 
pois o moço só tem olhos para Lúcia – justo a maior “crânio” da escola. 
E agora, o que fazer? Camila entra em dieta espartana e segue as leis 
da conquista elaboradas pela amiga.

Revista Escola, março 2004, p. 63 

Pode-se deduzir do texto que Bruno
(A) chama a atenção das meninas.
(B) é mestre na arte de conquistar.
(C) pode ser conquistado facilmente.
(D) tem muitos dotes intelectuais.
Identificar tema do texto (Descritor 6)
 As Amazônias
5
Esse tapete de florestas com rios azuis que os astronautas viram é a
Amazônia. Ela cobre mais da metade do território brasileiro. Quem viaja 
pela região não cansa de admirar as belezas da maior floresta tropical do
mundo. No início era assim: água e céu.
É mata que não tem mais fim. Mata contínua, com árvores muito altas,
     
cortada pelo Amazonas, o maior rio do planeta. São mais de mil rios
desaguando no Amazonas. É água que não acaba mais.

SALDANHA, P. As Amazônias. Rio de Janeiro: Ediouro, 1995.
2. O texto trata
(A) da importância econômica do rio Amazonas.
(B) das características da região Amazônica.
(C) de um roteiro turístico da região do Amazonas.
(D) do levantamento da vegetação amazônica
.Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato (Descritor 14)3. A frase que contém uma opinião é
(A) “cobre mais da metade do território brasileiro” (l. 2).
(B) “não cansa de admirar as belezas da maior floresta” (l. 3).
(C) “...maior floresta tropical do mundo” (l. -3-4).
(D) “Mata contínua [...] cortada pelo Amazonas” (l. 5-6).
Todo ponto de vista é a vista de um ponto
Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a
partir de onde os pés pisam.
Todo ponto de vista é um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são
seus olhos e qual é sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura.
A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar
social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências tem, em
que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças
o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação.
BOFF, Leonardo. A águia e a galinha. 4ª ed. RJ: Sextante, 1999
1- A expressão “com os olhos que tem” (? .1), no texto, tem o sentido de
(A) enfatizar a leitura.
(B) incentivar a leitura.
(C) individualizar a leitura.
(D) priorizar a leitura.
(E) valorizar a leitura.

D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.
Exemplo de item do descritor D4:
Canguru
Todo mundo sabe (será?) que canguru vem de uma língua nativa australiana e
quer dizer “Eu Não Sei”. Segundo a lenda, o Capitão Cook, explorador da Austrália,
ao ver aquele estranho animal dando saltos de mais de dois metros de altura,
perguntou a um nativo como se chamava o dito. O nativo respondeu guugu
yimidhirr, em língua local, Gan-guruu, “Eu não sei”. Desconfiado que sou dessas
divertidas origens, pesquisei em alguns dicionários etimológicos. Em nenhum
dicionário se fala nisso. Só no Aurélio, nossa pequena Bíblia – numa outra versão.

dicionário se fala nisso. Só no Aurélio, nossa pequena Bíblia – numa outra versão.
Definição precisa encontrei, como quase sempre, em Partridge:
Kangarroo; wallaby
As palavras kanga e walla, significando saltar e pular, são acompanhadas
pelos sufixos rôo e by, dois sons aborígines da Austrália, significando quadrúpedes.
Portanto quadrúpedes puladores e quadrúpedes saltadores.
Quando comuniquei a descoberta a Paulo Rónai, notável lingüista e grande
amigo de Aurélio Buarque de Holanda, Paulo gostou de saber da origem “real” do
nome canguru. Mas acrescentou: “Que pena. A outra versão é muito mais
bonitinha”. Também acho.
Millôr Fernandes, 26/02/1999, In http://www.gravata.com/millor.
2- Pode-se inferir do texto que
(A) as descobertas científicas têm de ser comunicadas aos lingüistas.
(B) os dicionários etimológicos guardam a origem das palavras.
(C) os cangurus são quadrúpedes de dois tipos: puladores e saltadores.
(D) o dicionário Aurélio apresenta tendência religiosa.
(E) os nativos desconheciam o significado de canguru.

D6 – Identificar o tema de um texto.
Exemplo de item do descritor D6:
RETRATO
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?
Cecília Meireles: poesia, por Darcy Damasceno. Rio de Janeiro: Agir, 1974. p. 19-20.
3- O tema do texto é
(A) a consciência súbita sobre o envelhecimento.
(B) a decepção por encontrar-se já fragilizada.
(C) a falta de alternativa face ao envelhecimento.
(D) a recordação de uma época de juventude.
(E) a revolta diante do espelho.

D14 – Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.
Exemplo de item do descritor D14:
Senhora
(Fragmento)
Aurélia passava agora as noites solitárias.
Raras vezes aparecia Fernando, que arranjava uma desculpa qualquer para
justificar sua ausência. A menina que não pensava em interrogá-lo, também não
contestava esses fúteis inventos. Ao contrário buscava afastar da conversa o tema
desagradável.
Conhecia a moça que Seixas retirava-lhe seu amor; mas a altivez de coração
não lhe consentia queixar-se. Além de que, ela tinha sobre o amor idéias singulares,
talvez inspiradas pela posição especial em que se achara ao fazer-se moça.
Pensava ela que não tinha nenhum direito a ser amada por Seixas; e pois toda
a afeição que lhe tivesse, muita ou pouca, era graça que dele recebia. Quando se
lembrava que esse amor a poupara à degradação de um casamento de
conveniência, nome com que se decora o mercado matrimonial, tinha impulsos de
adorar a Seixas, como seu Deus e redentor.
Parecerá estranha essa paixão veemente, rica de heróica dedicação, que
entretanto assiste calma, quase impassível, ao declínio do afeto com que lhe
retribuía o homem amado, e se deixa abandonar, sem proferir um queixume, nem
fazer um esforço para reter a ventura que foge.
Esse fenômeno devia ter uma razão psicológica, de cuja investigação nos
abstemos; porque o coração, e ainda mais o da mulher que é toda ela, representa o
caos do mundo moral. Ninguém sabe que maravilhas ou que monstros vão surgir
nesses limbos.
ALENCAR, José de. Capítulo VI. In: __. Senhora. São Paulo: FTD, 1993. p. 107-8.
4- O narrador revela uma opinião no trecho
(A) “Aurélia passava agora as noites solitárias.” (l . 1)
(B) “...buscava afastar da conversa o tema desagradável.”(l . 4-5)
(C) “...tinha impulsos de adorar a Seixas, como seu Deus...” (l . 12-13)
(D) “...e se deixa abandonar, sem proferir um queixume,...” (l. 16)
(E) “Esse fenômeno devia ter uma razão psicológica,...”

Luciane.

Modelo de Avaliação - Português

Avaliação de Língua Portuguesa
Escola de Ensino Fundamental e Médio Padre Amorim
Aluno:-------------------------------------------------------------------Nº:--------Data:30/09/2011
1º ano----------Nota:-------------------------
O problema ecológico
Se uma nave extraterrestre invadisse o espaço aéreo da Terra, com certeza seus tripulantes diriam que neste planeta não habita uma civilização inteligente, tamanho é o grau de destruição dos recursos naturais. Essas são palavras de um renomado cientista americano. Apesar dos avanços obtidos, a humanidade ainda não descobriu os valores fundamentais da existência. O que chamamos orgulhosamente de civilização nada mais é do que uma agressão às coisas naturais. A grosso modo, a tal civilização significa a devastação das florestas, a poluição dos rios, o envenenamento das terras e a deterioração da qualidade do ar. O que chamamos de progresso não passa de uma degradação deliberada e sistemática que o homem vem promovendo há muito tempo, uma autêntica guerra contra a natureza.(Afrânio Primo. Jornal Madhva (adaptado).
1) Segundo o Texto III, o cientista americano está preocupado com:
(A) a vida neste planeta.
(B) a qualidade do espaço aéreo.
(C) o que pensam os extraterrestres.
(D) o seu prestígio no mundo.
(E) os seres de outro planeta.
2) Para o autor, a humanidade:
(A) demonstra ser muito inteligente.
(B) ouve as palavras do cientista.
(C) age contra sua própria existência.
(D) preserva os recursos naturais.
(E) valoriza a existência sadia.
3) Da maneira como o assunto é tratado no Texto III, é correto afirmar que o meio ambiente está degradado porque:
(A) a destruição é inevitável.
(B) a civilização o está destruindo.
(C) a humanidade preserva sua existência.
(D) as guerras são o principal agente da destruição.
(E) os recursos para mantê-lo não são suficientes.
4) A afirmação: “Essas são palavras de um renomado cientista americano.” (l. 4 – 5) quer dizer que o cientista é:
(A) inimigo.
(B) velho.
(C) estranho.
(D) famoso.
(E) desconhecido.

“RIO – Com dois gols de um iluminado Robinho, que entrou na segunda etapa, o Real Madrid derrotou o Recreativo por 3 a 2, fora de casa, em partida da 26ª rodada do Campeonato Espanhol. Raúl fez o outro gol do time de Madri, com Cáceres e Martins marcando para os anfitriões. O Real vinha de duas derrotas consecutivas na competição, justamente as partidas em que o craque brasileiro, machucado, esteve fora.”
(O Globo on line – 02/03/08)
5) Qual é o interlocutor preferencial e as informações que permitem você identificá-lo?----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------6) Quantos fonemas há, respectivamente, nas seguintes palavras CHAMPANHA – MANDAMENTO – ENGARRAFAMENTO:
a) 9-10-13
b) 6-6-8
c) 6-8-11
d) 6-8-10
7. Assinale a alternativa em que as duas palavras apresentam encontro consonantal:
a) Admitir – passo.
b) Canto – passo.
c) Admitir – canto.
d) Admitir – pneu.
8. Assinale a alternativa em que as informações apresentadas para a palavra em destaque estejam totalmente CORRETAS.
a) hexacampeão: 10 fonemas, um tritongo, um dígrafo
b) companhia: 7 fonemas, um encontro consonantal, um dígrafo
c) português: 8 fonemas, um ditongo crescente, um encontro consonantal
d) quotista: 8 fonemas, um encontro consonantal, um ditongo crescente.
9. Marque a opção em que a divisão silábica esteja INCORRETA:
a) pac – to
b) ga – ú – cho
c) con – fei – ta – ria
d) bi – sa – vó
10. Assinale o vocábulo com ditongo crescente:
a) réu
b) água
c) pão
d) rói
11)O que você conseguiu aprender durante esse bimestre?Quais suas dúvidas?Em que posso ajudar?Responda com muita seriedade, pois suas respostas nos ajudarão a melhorar o nosso trabalho?
Boa Sorte !!!!Luciane

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Trabalhos com Leituras


Fique de olho nas imagens!!!Elas trazem um pouco do grande espetáculo que foi a Semana da Leitura 2011.

Mais fotos da Semana da Leitura 2011.



Participação da Biblioteca da Escola href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdAgYWpMUszoZScrxqVVnq2Q4KIl5gp_lxKnpYWWAfIVgiDOdLIg4y8sfXREfqHlnq8OwF5_XWswv37o_9km1Gtm-VI6Sgfd6HEzSAA26YRJC_z4_zlc1ulZzFeD3nQIxgkToBeXkvdwI/s1600/sam_1117.jpg">
Veja agora mais momentos inesquecíveis da Semana da Leitura 2011.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Confira mais fotos:Semana da Leitura 2011


A Semana da Leitura 2011 contou com uma vasta programção entre elas o Litviva destaca o "Café Literário", momento esse em que os alunos apresentaram suas obras a partir de uma dinâmica diferenciada.Cada sala trouxe um representante para socializar junto aos demais suas leituras.Foi um momento muito agradável a todos os presentes. Confira algumas fotos.

Luciane.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Atividades de Fonologia.

1. A palavra que apresenta tantos fonemas quantas são as letras que a compõem é:
a) importância
b) milhares
c) sequer
d) técnica
e) adolescente
2. Em qual das palavras abaixo a letra x apresenta não um, mas dois fonemas?
a) exemplo
b) complexo
c) próximos
d) executivo
e) luxo
3. Qual palavra possui dois dígrafos?
a) fechar
b) sombra
c) ninharia
d) correndo
e) pêssego
4. Indique a alternativa cuja sequência de vocábulos apresenta, na mesma ordem, o seguinte: ditongo, hiato, hiato, ditongo.
a) jamais / Deus / luar / daí
b) joias / fluir / jesuíta / fogaréu
c) ódio / saguão / leal / poeira
d) quais / fugiu / caiu / história

5. Por que a forma verbal "há" leva acento ortográfico?
a) É um monossílabo átono.
b) É forma verbal.
c) É palavra sem valor semântico.
d) É monossílabo tônico terminado em "a".
e) A vogal "a" possui timbre aberto.
6. Assinale a opção em que todas as palavras se acentuam pela mesma regra.
a) ananás - pajé - só
b) fórceps - árvore - péssimo
c) toró - piauí - café
d) balaústre - caí - substituíste
e) réu - pó - má
7. A alternativa em que duas palavras destacadas do texto recebem acento gráfico pelo mesmo motivo é:
a) inevitável - políticas
b) é - porquê
c) vários - história
d) contrário - países
e) três - têm
8. Assinale a alternativa em que as três palavras são acentuadas de acordo com a mesma regra:
a) espécie - até - zoólogo
b) você - contrário - palácio
c) alienígena - nós - biológica
d) cérebro - próprio  - César
e) inglês - também - chimpanzé
9. Assinale a palavra que não se completa com "i", e sim com "e".
a) pr_vilégio
b) _pecilho
c) pát_o
d) dent_frício
e) pont_agudo
10. Assinale a alternativa cujas palavras estão todas corretamente grafadas.
a) pajé, xadrês, flecha, mixto, aconchego
b) abolição, tribo, pretensão, obsecado, cansaço
c) gorjeta, sargeta, picina, florecer, consiliar
d) xadrez, ficha, mexerico, enxame, enxurrada
e) pagé, xadrês, flexa, mecherico, enxame

Luciane.

Diário Íntimo e Diário Pessoal.

luno:------------------------------------------------------------Nº:-------------Data:-----/-----2011
Leia o texto para responder as questões de 01 a
Apagão em escala planetária festejará o brilho das estrelas

Pouca gente ouviu falar de poluição luminosa, mas tal coisa existe e é um pesadelo na vida de astrônomo, pois rouba a beleza do céu estrelado. Não foram os astros que perderam o frescor, a humanidade é que iluminou intensamente a Terra e ofuscou a noite. A poluição luminosa é causada pelo excesso de iluminação urbana. (...) Para chamar a atenção para o problema, astrônomos de diversos países começaram a organizar algo como o dia mundial do céu escuro. A idéia é que as luzes das cidades fossem apagadas por alguns instantes. Isso  em 18 de abril de 2005, quando seriam lembrados os 50 anos da morte de Albert Einstein.
(Revista O Globo, Rio de Janeiro, 3/10/2004)
1 - Da leitura do texto, pode-se entender que a poluição luminosa é provocada
a) pelo brilho intenso das estrelas.
b) pela perda do frescor dos astros.
c) pela pouca iluminação de algumas cidades.
d) pelo excesso de iluminação urbana.
e) pelo brilho lunar.
2 -  De acordo com o texto, o excesso de iluminação é uma preocupação para os astrônomos porque
a) dificulta a iluminação urbana.
b) ilumina excessivamente a cidade.
c) impede a plena observação das estrelas.
d) torna a noite ainda mais escura.
e) as pessoas se incomodam com tanta luz.
3)O trecho sublinhado apresenta um predicado formado por um verbo significativo,logo é classificado em :verbal ou nominal?-------------------------------
4)Observe o trecho:”...pois rouba a beleza do céu estrelado.”A palavra pois passa uma idéia de:
A)explicação C)conclusão
B)dúvida D)dúvida.
5)Que palavra do texto da idéia de que a preocupação com o excesso de luminosidade no planeta não é apenas de um país?--------------------------------
6) “. Isso  em 18 de abril de 2005, quando seriam lembrados os 50 anos da morte de Albert Einstein.”Essa data está relacionada a que fato narrado no texto?---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------7)Marque a única opção em que aparece um predicado verbo-nominal:
A)Os meninos comemoravam a vitória.( )
B)Os meninos comemoravam a vitória animados.( )
C)Os meninos estavam animados.( )

8)Use (PO) para predicativo do objeto e( PS )para predicativo do sujeito:
( ) Ele parecia um bom homem.
( ) O réu foi considerado culpado pelo juiz.
( )A criança escutou atenta os pais.
( )Os alunos da turma o consideram inteligente.
9)Qual das opções a seguir não traz uma informação correta sobre o Diário Virtual?
( ) É também chamado de Blog.
( ) Pode ser lido e comentado por quem tiver acesso.
( ) A ordem das postagens vai das mais recentes às mais antigas.
( )Não aparecem datas e nem indicativos da hora em que foram postadas as mensagens.

10) Cite, no mínimo três elementos que não podem faltar em uma página de Diário Íntimo.
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Boa Sorte!Luciane.

Atividades Complementares!!!

Leia o texto e responda as questões 01 a 11:

VISITA
Sobre a minha mesa, na redação do jornal, encontrei-o, numa tarde quente de verão. É um inseto que parece um aeroplano de quatro asas translúcidas e gosta de sobrevoar os açudes, os córregos e as poças de água. É um bicho do mato e não da cidade. Mas que fazia ali, sobre a minha mesa, em pleno coração da metrópole?
        Parecia morto, mas notei que movia nervosamente as estranhas e minúsculas mandíbulas. Estava morrendo de sede, talvez pudesse salvá-lo. Peguei-o pelas asas e levei-o até o banheiro. Depois de acomodá-lo a um canto da pia, molhei a mão e deixei que a água pingasse sobre a sua cabeça e suas asas. Permaneceu imóvel. É, não tem mais jeito — pensei comigo. Mas eis que ele se estremece todo e move a boca molhada. A água tinha escorrido toda, era preciso arranjar um meio de mantê-la ao seu alcance sem, contudo afogá-lo. A outra pia talvez desse mais jeito. Transferi-o para lá, acomodei-o e voltei para a redação.
        Mas a memória tomara outro rumo. Lá na minha terra, nosso grupo de meninos chamava esse bicho de macaquinho voador e era diversão nossa caçá-los, amarrá-los com uma linha e deixá-los voar acima de nossa cabeça. Lembrava também do açude, na fazenda, onde eles apareciam em formação de esquadrilha e pousavam na água escura. Mas que diabo fazia na avenida Rio Branco esse macaquinho voador? Teria ele voado do Coroatá até aqui, só para me encontrar? Seria ele uma estranha mensagem da natureza a este desertor?
         Voltei ao banheiro e em tempo de evitar que o servente o matasse. “Não faça isso com o coitado!” “Coitado nada, esse bicho deve causar doença.” Tomei-o da mão do homem e o pus de novo na pia. O homem ficou espantado e saiu, sem saber que laços de afeição e história me ligavam àquele estranho ser. Ajeitei-o, dei-lhe água e voltei ao trabalho. Mas o tempo urgia, textos, notícias, telefonemas, fui para casa sem me lembrar mais dele.
GULLAR, Ferreira. O menino e o arco-íris e outras crônicas. Para gostar de ler, 31.
São Paulo: Ática, 2001. p. 88-89
1 - Ao encontrar um inseto quase morto em sua mesa, o homem
a) colocou-o dentro de um pote de água.
b) escondeu-o para que ninguém o matasse.
c) pingou água sobre sua cabeça.
d) procurou por outros insetos no escritório.
e) não lhe deu muita importância.
2 - O homem interessou-se pelo inseto porque
a) decidiu descansar do trabalho cansativo que realizava no jornal.
b) estranhou a presença de um inseto do mato em plena cidade.
c) percebeu que ele estava fraco e doente por falta de água.
d) resolveu salvar o animal para analisar o funcionamento do seu corpo.
e) era um inseto perigoso e contagioso.
3)A palavra “o “ destacada no texto faz referência a : homem/ inseto/jornal/ verão.
4)Que recursos o autor usou para evitar a repetição de palavras? Transcreva do texto uma parte em que aparece esse recurso.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
5)A palavra “mas” destacada no texto traz uma idéia de:
A)adversidade
B)decepção
C)tempo
D)dúvida.
6)Além da fala do narrador que outra aparece no texto?----------------------------------------------------------7)Como a fala dos personagens é indicada no texto?-----------------------------------------------
8)Circule no texto a parte em que o narrador descreve as características do seu visitante.

08 - A mudança na rotina do homem deu-se
a) à chegada do inseto na redação do jornal.
b) ao intenso calor daquela tarde de verão.
c) à monotonia do trabalho no escritório.
d) à transferência de local onde estava o inseto.
e) devido ao cansaço do dia.

09 - Em “Não faça isso com o coitado!”, a palavra sublinhada sugere sentimento de
a) maldade
b) crueldade
c) desprezo
d) esperança
e) afeição
10 - A presença do inseto na redação do jornal provocou no homem
a) curiosidade científica.
b) sensação de medo.
c) medo de pegar uma doença.
d) lembranças da infância.
e) preocupação com o próximo.

11 - Com base na leitura do texto pode-se concluir que a questão central é
a) a presença inesperada de um inseto do mato na cidade.
b) a saudade dos amigos de infância
c) a vida pacifica da grande cidade.
d) a preocupação com a proteção aos animais.
e) o cuidado que se deve ter com todos os
insetos.

12)Marque a opção em que todas as palavras estão escritas de forma correta:
A)maisena/xampu/tissão/descer
B)maisena/xampu/tigela/gêmeo/gengiva
C)corrigir/dijestivo/sargeta/shampoo/vagem
D)gerjilim/xampu/ maisena/vajem
13)Coloque C para conotativo e D para Denotativo:

( )Aquela garota é uma cobra.
( )Fiz um doce de goiaba ontem.
( )Larissa é um doce de pessoa.
( )Airton foi picado por uma cobra.
14°Coloque L para textos literários e LN para não literários:
( ) Mãe,tu és da vida a estrela refulgente
Que luz em meu caminho, minha estrada
( ) Na mansidão da noite solitária,
Entregue a mais poética miragem.
( )” Três meses após a morte de Amy Winehouse,os fãs ainda choram a perca”
( )”Seu uso sem acompanhamento médico pode causar conseqüências,para melhor informações consulte a bula”.


Boa Sorte! Luciane.

O Spaece e o Projeto Primeiro Aprender!!!

QUESTÕES PREPARATÓRIAS PARA O SPAECE
FONTE DO TEXTOS: Primeiro, Aprender (1,2 e 3)
TEXTO: Em pleno mercado público, em dia de feira, aproveitou-se um candidato a vereador...
1.(D1) O político ficou vermelho de vergonha e de raiva porque
(A)as pessoas cruzaram os braços
(B)as pessoas estavam o observando
(C)as pessoas saíram do local
(D)ele recebeu muitas vaias
(E)todos o escutaram

TEXTO: Tente outra vez (Raul Seixas)
2.(D2) Da expressão “Pois a água viva ainda tá na fonte” podemos depreender que
(A)a água viva chegará à fonte
(B)a água viva já acabou
(C)a água viva permanece na fonte
(D)a água viva poderá acabar

TEXTO: Em pleno mercado público, em dia de feira, aproveitou-se um candidato a vereador...
3.(D3) O uso da expressão “soltar o verbo” tem o sentido de
(A)falar alto
(B)falar baixo
(C)falar muito
(D)falar pouco

TEXTO: Bebeu e está dirigindo?
4.(D4) Infere-se que o tema central abordado no texto é
(A)álcool e direção
(B)beleza feminina
(C)intimidade no trânsito
(D)violência no trânsito

TEXTO: Ar-condicionado faz mal?
5. (D5) O assunto principal do texto é
(A)cuidados no uso do ar-condicionado
(B)cuidados com a umidificação do ambiente refrigerado
(C)falhas na manutenção do sistema de ar
(D)fungos e bactérias são prejudiciais à saúde

6.(D6) O texto acima classifica-se em
(A)humorístico
(B)informativo
(C)instrutivo
(D)reflexivo

TEXTO: O Estado de São Paulo: “Desastres de aviação, dizem os especialistas...”
7.(D7) A ideia principal do texto é
(A)abordar a politicagem e a fraude endêmica da INFRAERO
(B)falar sobre a tragédia do Airbus da TAM
(C)mostrar a incompetência no sistema de transporte aéreo
(D)relatar as causas dos desastres da aviação

TEXTO: Um filósofo costumava circular onde brincavam crianças. E se via um menino...
8.(D8) De acordo com o texto, o interesse do filósofo era
(A)atrapalhar a brincadeira das crianças
(B)divertir-se com a brincadeira de peão dos garotos
(C)manter o giro do peão para sempre
(D)usar o giro do peão como instrumento de observação

TEXTO: Oração do Internauta
9.(D9) A partir da leitura do texto, pode-se dizer que ele apresenta uma sequência
(A)apelativa
(B)argumentativa
(C)descritiva
(D)narrativa
(E)injuntiva

TEXTO: Os empréstimos na Língua Portuguesa
10.(D10) O texto acima tem como finalidade
(A)criticar
(B)divertir
(C)emocionar
(D)informar
(E)refletir

TEXTO: E a do Jabuti mais o Macaco?
11.(D11) Na frase “Faltam cinquenta, compadre”, as aspas usadas têm o objetivo de
(A)apresentar uma explicação
(B)destacar a fala do macaquinho
(C)destacar a fala do narrador
(D)isolar uma citação
(E)retomar a fala do jabuti

TEXTO: O bicho (Manoel Bandeira)
12.(D12) Os textos 1 e 2 falam sobre
(A)a liberdade humana
(B)a defesa do meio ambiente
(C)a Constituição Federal
(D)a condição humana

13.(D13) De acordo com os textos, a miséria compromete a sobrevivência humana
(A)por causa do descaso social que se manifesta
(B)devido aos direitos assegurados na Constituição Federal
(C)por que o homem convive com desrespeito aos seus direitos
(D)por apresentar fatores sociais provocadores do caos vivenciado pelo homem

TEXTO: A forra do peão
14.(D14) Na expressão “não conseguiu emprego nem teto para morar”, a palavra destacada tem valor de
(A)adição
(B)adversidade
(C)comparação
(D)conclusão
(E)explicação

TEXTO: Para uma alimentação saudável
15.(D15) A ideia principal do texto é que
(A)comer fast food faz bem à saúde
(B)devemos confiar em comidas rápidas
(C)nossa saúde depende do que comemos
(D) todas as pessoas têm hábitos saudáveis

TEXTO: As alucinantes noites dos camicases
16.(D16) A tese defendida no texto é que
(A)a AIDS é algo patético
(B)a AIDS é causada pelo uso de bebidas
(C)a AIDS é coisa de “gay”
(D)o coquetel previne a AIDS
(E)o uso de preservativo é fundamental

TEXTO: O assassino era o escriba
17.(D17) Na frase “ele não tinha dúvidas”, a palavra em destaque se refere
(A)ao artigo
(B)ao pleonasmo
(C)ao professor
(D)ao pronome
(E)ao sujeito inexistente

TEXTO: Cidadãos com cidadania
18.(D18) A expressão “casa-da-mãe-joana” significa
(A)algumas prefeituras
(B)local de desordem
(C)local privado
(D)via pública

TEXTO: Professora, não entrei em contato... (e-mail)
19.(D19) A expressão “ vai me comer viva” empregada no texto significa
(A)ouvi-la com paciência
(B)repreendê-la energicamente
(C)tratá-la com educação
(D)tratá-la com grosseria
(E)usá-la como alimento

TEXTO: Um amigo meu me ensina a diferença entre “chatear” e “encher”
20.(D20) O uso do travessão no texto marca
(A)uma declaração
(B)uma fala
(C)uma negativa
(D)uma pausa
(E)uma pergunta

TEXTO: Não deixe que a saudade sufoque... (Luis Fernando Veríssimo)
21.(D21) O verso “quem quase vive já morreu” expressa uma ideia de
(A)comparação
(B)exagero
(C)ironia
(D)oposição
(E)personificação

TEXTO: Tirinha da Mafalda (Na livraria)
22.(D22) O efeito de humor da tirinha está
(A)na resposta da atendente.
(B)na atitude de Mafalda em querer presentear os pais.
(C)na resposta de Mafalda à atendente.
(D)na diferença de estatura entre as personagens.
TEXTO: Saudosa Maloca (Adoniran Barbosa)
23.(D23) Na expressão “os homi tá cá razão”, a linguagem empregada é
(A)científica
(B)formal
(C)jargão
(D)regional
(E)teórica

Estas quest]oes foram oferecidas pela professora Silvana - Abaiara- em uma oficina de Português.


Luciane.

Fique de Olho nas atividades de Português - 1º ano

Atividades __/__/__
Estudo do poema _
Revisão:
Meus oito anos
Oh!que saudades tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor,que sonhos,que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras ,
Debaixo dos laranjais!
Casimiro de Abreu
1°O texto lido é um fragmento do poema Meus oito anos,de Casimiro de Abreu.Podemos afirmas que essa estrofe tem como temática principal:
( )Velhice
( )Infância
( )Lamentações
( )Tristezas
( )Saudades
2°A palavra”figueiras” no texto poderá ser substituída por:
( )agradáveis ( )Escuras
( )Quentes
( )Frias
( )Tristes
3°Complete o texto com as palavras do quadro:
O texto escrito em versos se chama __________:assim,poema não é o mesmo que _______.Já o verso é cada linha do poema.Cada grupo de versos em que se divide o poema denomina-se ___________ ou _________.A _______________ constitui-se,pois,na arte de fazer versos ou no estudo dos recursos utilizados na composição do poema.



4°A poesia poderá aparecer em textos em prosa?Explique.Use o dicionário para responder.
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5° Você sabe como é chamada a estrofe que tem mais de onze versos?Descubra nas letras embaralhadas.





6°Quantas sílabas poéticas tem cada versos do poema lido?Como são classificados?
______________________________________________________________________
7°Todo poema exige rima?Justifique como são chamados os versos que não apresentam rimas?
a)Imperfeito b)Irregular c)Redondilha d)Livre e)branco
8°Produção de um poema:

Utilizando as palavras a seguir escreva o seu poema e transcreva-o para a folha oficial.Use no máximo cinco estrofes.Dê um título sugestivo.Não é necessário usar todas as palavras.Faça duas escolhas:
Manhã animada alegria
Lago Sozinha ventava
Floresta amigos era
Parque filme estava
Cinema animais dormir
Tarde sorvete acordar
Zoológico banho fazer
Cachoeira barulho esquecer
Chuva pássaros canto
Sol beijo puxavam
Árvore primavera aqueciam
Noite asas sentir
Estrela braços pensar


2° aula de redação:Descrição a partir do conto Nova Califórnia de Lima Barreto.
A Nova Califónia
Ninguém sabia donde viera aquele homem. O agente do Correio pudera apenas informar que acudia ao nome de Raimundo Flamel, pois assim era subscrita a correspondência que recebia. E era grande. Quase diariamente, o carteiro lá ia a um dos extremos da cidade, onde morava o desconhecido, sopesando um maço alentado de cartas vindas do mundo inteiro, grossas revistas em línguas arrevesadas, livros, pacotes…
Quando Fabrício, o pedreiro, voltou de um serviço em casa do novo habitante, todos na venda perguntaram-lhe que trabalho lhe tinha sido determinado.
 - Vou fazer um forno, disse o preto, na sala de jantar.
Imaginem o espanto da pequena cidade de Tubiacanga, ao saber de tão extravagante construção um forno na sala de jantar! E, pelos dias seguintes, Fabrício pôde contar que vira balões de vidros, facas sem corte, copos como os da farmácia – um rol de coisas esquisitas a se mostrarem pelas mesas e prateleiras como utensílios de uma cozinha em que o próprio diabo cozinhasse.
O alarme se fez na vila. Para uns, os mais adiantados, era um fabricante de moeda falsa; para outros, os crentes e simples, um tipo que tinha parte com o tinhoso.
Chico da Tirana, o carreiro, quando passava em frente da casa do homem misterioso, ao lado do carro a chiar, e olhava a chaminé da sala de jantar a fumegar, não deixava de persignar-se e rezar um “credo” em voz baixa; e, não fora a intervenção do farmacêutico, o delegado teria ido dar um cerco na casa daquele indivíduo suspeito, que inquietava a imaginação de toda uma população.
Tomando em consideração as informações de Fabrício, o boticário Bastos concluíra que o desconhecido devia ser um sábio, um grande químico, refugiado ali para mais sossegadamente levar avante os seus trabalhos científicos.
Homem formado e respeitado na cidade, vereador, médico também, porque o doutor Jerônimo não gostava de receitar e se fizera sócio da farmácia para mais em paz viver, a opinião de Bastos levou tranqüilidade a todas as consciências e fez com que a população cercasse de uma silenciosa admiração à pessoa do grande químico, que viera habitar a cidade.
De tarde, se o viam a passear pela margem do Tubiacanga, sentando-se aqui e ali, olhando perdidamente as águas claras do riacho, cismando diante da penetrante melancolia do crepúsculo, todos se descobriram e não era raro que às “boas noites” acrescentassem “doutor”. E tocava muito o coração daquela gente a profunda simpatia com que ele tratava as crianças, a maneira pela qual as contemplava, parecendo apiedar-se de que eles tivessem nascido para sofrer e morrer.
Na verdade era de ver-se, sob a doçura suave da tarde, a bondade de Messias com que ele afagava aquelas crianças pretas, tão lisas de pele e tão tristes de modo, mergulhadas no seu cativeiro moral, e também as brancas, de pele baça, gretada e áspera, vivendo amparadas na necessária caquexia dos trópicos.     
Por vezes, vinha-lhe vontade de pensar qual a razão de ter Bernardim de Saint-Pierre gasto toda a sua ternura com Paulo e Virgínia e esquecer-se dos escravos que os cercavam…
Em poucos dias a admiração pelo sábio era quase geral, e não o era unica-mente porque havia alguém que não tinha em grande conta os méritos do novo ha-bitante.
Capitão Pelino, mestre-escola e redator da Gazeta de Tubiacanga, órgão local e filiado ao partido situacionista embirrava com o sábio.. “Vocês hão de ver, dizia ele, quem é esse tipo… Um caloteiro, um aventureiro ou talvez um ladrão fugido do Rio.”
A sua opinião em nada se baseava, ou antes, baseava-se no seu oculto despeito vendo na terra um rival para a fama de sábio de que gozava. Não que Pelino fosse químico, longe disso; mas era sábio, era gramático. Ninguém escrevia em Tubiacanga que não levasse bordoada do Capitão Pelino, e mesmo quando se falava em algum homem notável lá no Rio, ele não deixava de dizer: “Não há dúvida! O homem tem talento, mas escreve: “um outro”, “de resto”… E contraía os lábios como se tivesse engolido alguma coisa amarga.
Toda a vila de Tubiacanga acostumou-se a respeitar o solene Pelino, que corrigia e emendava as maiores glórias nacionais. Um sábio…
Ao entardecer, depois de ler um pouco o Sotero, o Cândido de Figueiredo ou o Castro Lopes, e de ter passado mais uma vez a tintura nos cabelos, o velho mestre-escola saía vagarosamente de casa, muito abotoado no seu paletó de brim mineiro, e encaminhava-se para a botica do Bastos a dar dois dedos de prosa. Conversar é um modo de dizer, porque era Pelino avaro de palavras, limitando-se tão somente a ouvir. Quando, porém, dos lábios de alguém escapava a menor incorreção de linguagem, intervinha e emendava. “Eu asseguro, dizia o agente do correio, que… ” Por aí o mestre-escola intervinha com mansuetude evangélica: “Não diga ‘asseguro’ Senhor Bernardes; em português é garanto.”
E a conversa continuava depois da emenda, para ser de novo interrompida por uma outra. Por essas e outras, houve muitos palestradores que se afastaram, mas Pelino, indiferente, seguro dos seus deveres, continuava o seu apostolado de vernaculismo. A chegada do sábio veio distraí-lo um pouco da sua missão. Todo o seu esforço voltava-se agora para combater aquele rival, que surgia tão inopinadamente.
  Foram vãs as suas palavras e a sua eloqüência: não só Raimundo Flamel pagava em dias as suas contas, como era generoso – pai da pobreza – e o farmacêutico vira numa revista de específicos seu nome citado como químico de valor.
II
Havia já anos que o químico vivia em Tubiacanga, quando, uma bela manhã, Bastos o viu entrar pela botica adentro. O prazer do farmacêutico foi imenso. O sábio não se dignara até aí visitar fosse quem fosse e, certo dia, quando o sacristão Orestes ousou penetrar em sua casa, pedindo-lhe uma esmola para a futura festa de Nossa Senhora da Conceição, foi com visível enfado que ele o recebeu e atendeu.
Vendo-o, Bastos saiu de detrás do balcão, correu a recebê-lo com a mais perfeita demonstração de quem sabia com quem tratava e foi quase em uma exclamação que disse:
  - Doutor, seja bem-vindo. O sábio pareceu não se surpreender nem com a demonstração de respeito do farmacêutico, nem com o tratamento universitário. Docemente, olhou um instante a armação cheia de medicamentos e respondeu:
  - Desejava falar-lhe em particular, senhor Bastos.   
O espanto do farmacêutico foi grande. Em que poderia ele ser útil ao homem, cujo nome corria mundo e de quem os jornais falavam com tão acendrado respeito? Seria dinheiro? Talvez… Um atraso no pagamento das rendas, quem sabe? E foi conduzindo o químico para o interior da casa, sob o olhar espantado do aprendiz que, por um momento, deixou a “mão” descansar no gral, onde macerava uma tisana qualquer.
     Por fim, achou ao fundo, bem no fundo, o quartinho que lhe servia para exames médicos mais detidos ou para as pequenas operações, porque Bastos também operava. Sentaram-se e Flamel não tardou a expor:
    - Como o senhor deve saber, dedico-me à química, tenho mesmo um nome respeitado no mundo sábio…
     - Sei perfeitamente, doutor, mesmo tenho disso informado, aqui, aos meus amigos.
- Obrigado. Pois bem: fiz uma grande descoberta, extraordinária… Envergonhado com o seu entusiasmo, o sábio fez uma pausa e depois continuou:
     - Uma descoberta… Mas não me convém, por ora, comunicar ao mundo sábio, compreende? 
     - Perfeitamente.
- Por isso precisava de três pessoas conceituadas que fossem testemunhas de uma experiência dela e me dessem um atestado em forma, para resguardar a prioridade da minha invenção… O senhor sabe: há acontecimentos imprevistos e…      
- Certamente! Não há dúvida!
- Imagine o senhor que se trata de fazer ouro…
- Como? O quê? fez Bastos, arregalando os olhos.
- Sim! Ouro! disse, com firmeza, Flamel.
- Como? 
- O senhor saberá, disse o químico secamente. A questão do momento são as pessoas que devem assistir a experiência, não acha?
- Com certeza, é preciso que os seus direitos fiquem resguardados, porquanto…
- Uma delas, interrompeu o sábio, é o senhor; as outras duas, o Senhor Bastos fará o favor de indicar-me.
O boticário esteve um instante a pensar, passando em revista os seus conhecimentos e, ao fim de uns três minutos, perguntou:
- O Coronel Bentes lhe serve? Conhece?
- Não. O senhor sabe que não me dou com ninguém aqui.
- Posso garantir-lhe que é homem sério, rico e muito discreto.
- É religioso? Faço-lhe esta pergunta, acrescentou Flamel logo, porque temos que lidar com ossos de defunto e só estes servem…
- Qual! É quase ateu…
- Bem! Aceito. E o outro?
Bastos voltou a pensar e dessa vez demorou-se um pouco mais consultando a sua memória… Por fim, falou:
- Será o Tenente Carvalhais, o coletor, conhece?
- Como já lhe disse…
- É verdade. É um homem de confiança, sério, mas…
- Que é que tem?
- É maçom.
- Melhor.
- E quando é?
- Domingo. Domingo, os três irão lá em casa assistir a experiência e espero que não me recusarão as suas firmas para autenticar a minha descoberta.
- Está tratado.
Domingo, conforme prometeram, as três pessoas respeitáveis de Tubiacanga foram à casa de Flamel, e, dias depois, misteriosamente, ele desaparecia sem deixar vestígios ou explicação para o seu desaparecimento.
III
Tubiacanga era uma pequena cidade de três ou quatro mil habitantes, muito pacífica, em cuja estação, de onde em onde, os expressos davam a honra de parar. Há cinco anos não se registrava nela um furto ou roubo. As portas e janelas só eram usadas… porque o Rio as usava.
O único crime notado em seu pobre cadastro fora um assassinato por ocasião das eleições municipais; mas, atendendo que o assassino era do partido do governo, e a vítima da oposição, o acontecimento em nada alterou os hábitos da cidade, continuando ela a exportar o seu café e a mirar as suas casas baixas e acanhadas nas escassas águas do pequeno rio que a batizara.
Mas qual não foi a surpresa dos seus habitantes quando se veio a verificar nela um dos repugnantes crimes de que se tem memória! Não se tratava de um esquartejamento ou parricídio: não era o assassinato de uma família inteira ou um assalto à coletoria; era coisa pior, sacrílega aos olhos de todas as religiões e consciências: violavam-se as sepulturas do “Sossego”, do seu cemitério, do seu campo-santo.
Em começo, o coveiro julgou que fossem cães, mas, revistando bem o muro, não encontrou senão pequenos buracos. Fechou-os; foi inútil. No dia seguinte, um jazigo perpétuo arrombado e os ossos saqueados; no outro, um carneiro e uma sepultura rasa. Era gente ou demônio. O coveiro não quis mais continuar as pesquisas por sua conta, foi ao subdelegado e a notícia espalhou-se pela cidade.
A indignação na cidade tomou todas as feições e todas as vontades. A religião da morte precede todas e certamente será a última a morrer nas consciências. Contra a profanação, clamaram os seis presbiterianos do lugar – os bíblicos, como lhes chama o povo; clamava o Agrimensol Nicolau, antigo cadete, e positivista do rito Teixeira Mendes; clamava o Major Camanho, presidente da Loja Nova Esperança; clamavam o turco Miguel Abudala, negociante de armarinho, e o cético Belmiro, antigo estudante, que vivia ao deus-dará, bebericando parati nas tavernas. A própria filha do engenheiro residente da estrada de ferro, que vivia desdenhando aquele lugarejo, sem notar sequer os suspiros dos apaixonados locais – sempre esperando que o expresso trouxesse um príncipe a desposá-la -, a linda e desdenhosa Cora não pôde deixar de compartilhar da indignação e do horror que tal ato provocara em todos do lugarejo. Que tinha ela com o túmulo de antigos escravos e humildes roceiros? Em que podia interessar aos seus lindos olhos pardos o destino de tão humildes ossos? Porventura o furto deles perturbaria o seu sonho de fazer radiar a beleza de sua boca, dos seus olhos e do seu busto nas calçadas do Rio?
Decerto, não; mas era a Morte, a Morte implacável e onipotente, de que ela também se sentia escrava, e que não deixaria um dia de levar a sua linda caveirinha para a paz eterna do cemitério. Aí Cora queria os seus ossos sossegados, quietos e comodamente descansando num caixão bem feito e num túmulo seguro, depois de ter sido a sua carne encanto e prazer dos vermes…
O mais indignado, porém, era Pelino. O professor deitara artigo de fundo, imprecando, bramindo, gritando: “Na história do crime, dizia ele, já bastante rica de fatos repugnantes, como sejam: o esquartejamento de Maria de Macedo, o estrangulamento dos irmãos Fuoco, não se registra um que o seja tanto como o saque às sepulturas do ‘Sossego’.”
E a vila vivia em sobressalto. Nas faces não se lia mais paz; os negócios estavam paralisados; os namoros suspensos. Dias e dias por sobre as casas pairavam nuvens negras e, à noite, todos ouviam ruídos, gemidos, barulhos sobrenaturais… Parecia que os mortos pediam vingança…
O saque, porém, continuava. Toda noite eram duas, três sepulturas abertas e esvaziadas de seu fúnebre conteúdo. Toda a população resolveu ir em massa guardar os ossos dos seus maiores. Foram cedo, mas, em breve, cedendo à fadiga e ao sono, retirou-se um, depois outro e, pela madrugada, já não havia nenhum vigilante. Ainda nesse dia o coveiro verificou que duas sepulturas tinham sido abertas e os ossos levados para destino misterioso.
Organizaram então uma guarda. Dez homens decididos juraram perante o delegado vigiar durante a noite a mansão dos mortos.
Nada houve de anormal na primeira noite, na segunda e na terceira; mas, na quarta, quando os vigias já se dispunham a cochilar, um deles julgou lobrigar um vulto esgueirando-se por entre a quadra dos carneiros. Correram e conseguiram apanhar dois dos vampiros. A raiva e a indignação, até aí sopitadas no ânimo deles, não se contiveram mais e deram tanta bordoada nos macabros ladrões, que os deixaram estendidos como mortos.
A notícia correu logo de casa em casa e, quando, de manhã, se tratou de estabelecer a identidade dos dois malfeitores, foi diante da população inteira que foram neles reconhecidos o Coletor Carvalhais e o Coronel Bentes, rico fazendeiro e presidente da Câmara. Este último ainda vivia e, a perguntas repetidas que lhe fizeram, pôde dizer que juntava os ossos para fazer ouro e o companheiro que fugira era o farmacêutico.
Houve espanto e houve esperanças. Como fazer ouro com ossos? Seria possível? Mas aquele homem rico, respeitado, como desceria ao papel de ladrão de mortos se a coisa não fosse verdade!
Se fosse possível fazer, se daqueles míseros despojos fúnebres se pudesse fazer alguns contos de réis, como não seria bom para todos eles!
O carteiro, cujo velho sonho era a formatura do filho, viu logo ali meios de conseguí-la. Castrioto, o escrivão do juiz de paz, que no ano passado conseguiu comprar uma casa, mas ainda não a pudera cercar, pensou no muro, que lhe devia proteger a horta e a criação. Pelos olhos do sitiante Marques, que andava desde anos atrapalhado para arranjar um pasto, pensou logo no prado verde do Costa, onde os seus bois engordariam e ganhariam forças…
Às necessidades de cada um, aqueles ossos que eram ouro viriam atender, satisfazer e felicitá-los; e aqueles dois ou três milhares de pessoas, homens, crianças, mulheres, moços e velhos, como se fossem uma só pessoa, correram à casa do farmacêutico.
A custo, o delegado pôde impedir que varejassem a botica e conseguir que ficassem na praça, à espera do homem que tinha o segredo de todo um Potosi. Ele não tardou a aparecer. Trepado a uma cadeira, tendo na mão uma pequena barra de ouro que reluzia ao forte sol da manhã, Bastos pediu graça, prometendo que ensinaria o segredo se lhe poupassem a vida. “Queremos já sabê-lo,” gritaram. Ele então explicou que era preciso redigir a receita, indicar a marcha do processo, os reativos – trabalho longo que só poderia ser entregue impresso no dia seguinte. Houve um murmúrio, alguns chegaram a gritar, mas o subdelegado falou e responsabilizou-se pelo resultado.
Docilmente, com aquela doçura particular às multidões furiosas, cada qual se encaminhou para a casa, tendo na cabeça um único pensamento: arranjar imediatamente a maior porção de ossos de defunto que pudesse.
O sucesso chegou à casa do engenheiro residente da estrada de ferro. Ao jantar, não se falou em outra coisa. O doutor concatenou o que ainda sabia do seu curso, e afirmou que era impossível. Isto era alquimia, coisa morta: ouro é ouro, corpo simples, e osso é osso, um composto, fosfato de cal. Pensar que se podia fazer de uma coisa outra era “besteira”. Cora aproveitou para rir-se petropolimente da crueldade daqueles botocudos; mas sua mãe, Dona Emília, tinha fé que a coisa era possível.
À noite, porém, o doutor percebendo que a mulher dormia, saltou a janela e correu em direitura ao cemitério; Cora, de pés nus, com as chinelas nas mãos, procurou a criada para irem juntas à colheita de ossos. Não a encontrou, foi sozinha; e Dona Emília, vendo-se só, adivinhou o passeio e lá foi também. E assim aconteceu na cidade inteira. O pai, sem dizer ao filho, saía; a mulher, julgando enganar o marido, saía; os filhos, as filhas, os criados – toda a população, sob a luz das estrelas assombradas, correu ao satânico rendez-vous no “Sossego”. E ninguém faltou. O mais rico e o mais pobre lá estavam. Era o turco Manoel, era o professor Pelino, o Doutor Jerônimo, o Major Camanho, Cora, a linda e deslumbrante Cora, com seus dedos de alabastro, revolvia a sânie das sepulturas, arrancava as carnes, ainda podres agarradas tenazmente aos ossos e deles enchia o seu regaço até ali inútil. Era o dote que colhia e as suas narinas, que se abriam em asas rosadas e quase transparentes, não sentiam o fétido dos tecidos apodrecidos em lama fedorenta…
A desinteligência não tardou a surgir; os mortos eram poucos e não bastavam para satisfazer a fome dos vivos. Houve facadas, tiros, cachações. Pelino esfaqueou o turco por causa de um fêmur e mesmo entre famílias questões surgiram. Unicamente, o carteiro e o filho não brigaram. Andaram juntos e de acordo e houve uma vez que o pequeno, uma esperta criança de onze anos, até aconselhou o pai: “Papai vamos aonde está mamãe; ela era tão gorda…”
De manhã, o cemitério tinha mais mortos do que aqueles que recebera em trinta anos de existência. Uma única pessoa lá não estivera, não matara nem profanara sepulturas: fora o bêbado Belmiro.
Entrando assim numa venda, meio aberta, e nela não encontrando ninguém, enchera uma garrafa de parati e se deixara ficar a beber sentado na margem do Tubiacanga, vendo escorrer mansamente as suas águas sobre o áspero leito de granito – ambos, ele e o rio, indiferentes ao que já viram, mesmo à fuga do farmacêutico, com seu Potosi e o seu segredo, sob o dossel eterno das estrelas.


Retire do trecho as partes consideradas descritivas.

Luciane.